(in)delicadeza de amar.: Data e dedicatória.

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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Data e dedicatória.

    Teus poemas, não os dates nunca...  Um poema 
    Não pertence ao Tempo... Em seu país estranho, 
    Se existe hora, é sempre a hora extrema 
    Quando o anjo Azarel nos estende ao sedento 
    Lábio o cálice inextinguível... 
    Um poema é de sempre, Poeta: 
    O que tu fazes hoje é o mesmo poema 
    Que fizeste em menino, 
    É o mesmo que, 
    Depois que tu te fores, 
    Alguém lerá baixinho e comovidamente, 
    A vivê-lo de novo... 
    A esse alguém, 
    Que talvez ainda nem tenha nascido, 
    Dedica, pois, os teus poemas. 
    Não os dates, porém: 
    As almas não entendem disso...
                                                                            
    Mário Quintana

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